A nossa categoria dos trabalhadores em postos de combustíveis e lojas de conveniências, desde a sua origem, enfrenta grandes desafios e obstáculos para se legitimar enquanto categoria específica e organizar-se em sindicatos.
Nossa peleja por independência teve início no final dos anos de 1980, quando um grupo de operários frentistas se organizou visando o desmembramento da categoria, antes vinculada aos sindicatos de trabalhadores no comércio de minérios e derivados de petróleo. Essa luta culminou com a fundação do primeiro sindicato de frentistas, no Estado de São Paulo, em 3 de março de 1990.
Hoje estamos organizado em todo território nacional, com mais de 60 sindicatos e duas federações: a FENEPOSPETRO, em âmbito nacional, e a Fepospetro, que congrega os sindicatos do Estado de São Paulo.
Organizados e unidos, nos tornamos mais fortes. Entre muitas conquistas, vencemos as “sete irmãs do petróleo” – cartel das maiores companhias petrolíferas mundiais – com a aprovação, no ano 2000, da lei que proíbe as bombas de autosserviço nos postos de combustíveis em todo o país. Dessa forma, conseguimos assegurar o emprego de mais de 500 mil trabalhadores e a própria existência da categoria.
Hoje, estamos diante de outros desafios. O fim abrupto da contribuição sindical obrigatória, sem qualquer regra de transição, redesenhou a forma de custeio das atividades dos sindicatos e afetou fortemente a organização do movimento sindical brasileiro. O modelo de projeto político atualmente em vigor no país, que preconiza a retirada de direitos trabalhistas, impõe ainda outras grandes dificuldades econômicas e organizacionais aos trabalhadores e suas entidades representativas.
Nesse contexto, a briga hoje é para garantir a própria sobrevivência das organizações de defesa da categoria. Porém, a despeito das dificuldades e por acreditar na força da nossa união, estou otimista. Tenho certeza de que, fazendo nosso dever de casa com sabedoria e discernimento, sempre primando pelo coletivo, vamos vencer mais essa batalha.
Essa luta é de todos nós, que um dia nos propomos e juramos representar essa categoria. Sigamos firmes e unidos!
Eusébio Pinto Neto,
Presidente da Fenepospetro