Há quem diga que a causa operária que culminou com a morte de 130 mulheres em uma fábrica têxtil em Nova York, nos EUA, em março de 1911, remeta à criação do Dia Internacional da Mulher, celebrado no 8 de março de cada ano, ato este oficializado pela ONU em 1975.
Mas a batalha das mulheres é muito mais antiga, nos remete a pelo menos o final do Século XIX. Foi quando o movimento feminino se organizou para lutar por melhores condições de trabalho, pois as jornadas eram de 15 horas e os salários mal davam para viver com dignidade. Luta que também foi travada pelo fim da exploração do trabalho infantil.
Até hoje buscamos nosso lugar na sociedade, participando de forma ativa da vida política, por exemplo, pelo exercício do direito duramente conquistado de votar e ser votada. Nós mulheres nos unimos ao redor do mundo e, por meio da luta persistente e sem violência, conseguimos conquistar parte da igualdade pela qual tanto lutamos.
Ganhamos a guerra? É evidente que não!
Hoje, em pleno Século XXI, ainda somos alvo da desigualdade e de todas as formas de violência (doméstica, sexual, profissional e existencial), imperando ainda o machismo, o deboche e o descaso cujo objetivo é nos inferiorizar, lamentavelmente.
A afirmação da mulher independente ainda é um tabu em muitas regiões Brasil afora, principalmente naquelas mais afastadas, onde a preponderância machista e preconceituosa ainda existe, colocando-nos em total pé de desigualdade social, pois ainda somos vistas como verdadeiras serviçais do lar, nada mais.
Os avanços para vencer esse preconceito parecem ter sido congelados, dando a impressão de que a pouca independência conquistada até hoje esteja de bom tamanho, para não mais reclamarmos.
Como vencer a isso? Valorizando-se e lutando infinitamente. Para melhor reflexão e entendimento do que é se valorizar e lutar, segue um belo escrito da Madre Teresa de Calcutá:
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
Feliz dia das mulheres! Nós merecemos um mundo mais justo e melhor, abundante em amor, paz, carinho e compreensão!
8 de Março de 2021,
TELMA MARIA CARDIA
Presidente do Sindicato dos Frentistas de Guarulhos (SP)
Diretora da Federação Nacional dos Frentistas