Quando o governo de um país não trabalha direito quem paga é a população, principalmente os mais pobres. O Brasil de Bolsonaro vive hoje sob forte inflação: produtos como leite, gás, café, verduras, legumes – sem falar na carne – estão com preços proibitivos.
Ainda bem que a democracia permite a troca no poder político. Bolsonaro se colocou a serviço do capital e a maioria da população sobre os efeitos de uma política econômica atrelada aos ricos e aos interesses antinacionais.
Segue o artigo:
Pagamos caro por erros do governo Bolsonaro
Por Eusébio Pinto Neto
Em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. A sabedoria evidenciada no provérbio popular mostra a balbúrdia promovida pelo governo Bolsonaro no País. A crise dos combustíveis afeta principalmente os mais pobres, porque os sucessivos aumentos impactam diretamente nos preços de todas as mercadorias, elevando assim a inflação.
A conta não fecha para as famílias de baixa renda. O valor do botijão de gás representa hoje mais de 10% do salário mínimo. Sem dinheiro pra comprar o botijão, muitas pessoas são obrigadas a cozinhar a lenha ou no fogareiro a álcool. Isso gera vários acidentes. O número de pessoas que sofreram queimaduras, por cozinhar em fogões improvisados, aumentou 43% no Estado do Rio de Janeiro este ano.
O mais escandaloso é que o governo tenta tirar proveito dessa tragédia pra angariar votos. Mancomunado com o Congresso, Bolsonaro promove a grande farra eleitoral. Em busca de votos, promete aumentar o Auxílio Brasil, o Vale-gás e vai dar auxílio para caminhoneiros e taxistas. O pacote de bondade agora vai ser votado na Câmara. A vitória do governo é tida como certa. Mas, como a alegria do pobre dura pouco, a bondade valerá até dezembro.
Montado em sua incompetência governamental, Bolsonaro empurra a responsabilidade da sua desastrada política econômica para os entes federados e à Petrobras.
Não é trocando presidente na Petrobras que se resolve a questão de preços dos combustíveis, hoje atrelada ao dólar. A queda dos preços nos postos de combustíveis, por causa da lei que limita a cobrança de ICMS nos Estados, também pode ser temporária. O preço do barril de Petróleo abriu a semana em alta e há projeções de que o valor dispare no mercado internacional.
Quando o cobertor é curto se descobre um lado para proteger o outro. O Estado do Rio, que já aderiu à nova lei, deixará de investir cerca de R$ 2.7 bilhões em educação e saúde por causa da queda na receita. A população que depende da saúde e educação pública vai ser a mais prejudicada.
As medidas desastrosas de Bolsonaro são cortina de fumaça pra ganhar tempo e tentar vencer a eleição. O golpe de 2016, que tirou a presidente Dilma do governo, abriu caminho pra nefasta política de Preço de Paridade Internacional (PPI), quando os valores dos combustíveis passaram a ser calculados conforme a cotação internacional convertida em Reais pela taxa de câmbio.
Infelizmente pagamos caro pela política do governo Bolsonaro. Mas já era de se esperar esse incêndio. Afinal, um presidente que se elege chamando seu ministro da Economia de posto Ipiranga fica mais do que evidente a sua incompetência pra administrar o País. E, como o posto de combustível só funciona bem com frentista, seguimos lutando pela volta dos trabalhadores ao comando da Nação.
Eusébio Pinto Neto – Presidente da Fenepospetro