Os salários baixos são um problema grave para a classe trabalhadora. Mas não é só. As categorias sofrem com a precarização crescente no trabalho, calotes, pagamentos incorretos ou mesmo calote nas verbas rescisórias.
Nosso presidente Eusébio Luís Pinto Neto critica: “A qualquer sinal de crise, o empresário atrasa ou deixa de recolher o Fundo de Garantia. Como a reforma trabalhista de Temer derrubou a obrigatoriedade de homologar no Sindicato, fica a cada dia mais difícil fiscalizar e combater esse abuso”.
O presidente da Fenepospetro também aponta o desmonte do Estado feito pelos governos Temer e Bolsonaro. Ele reclama do desmanche no Ministério do Trabalho, que foi desarticulado, perdeu fiscais e outros profissionais, como Médicos do Trabalho e Engenheiros.
Ele conta: “A gente ia à Delegacia do Trabalho, fazia mesas-redondas com as empresas e os técnicos do Ministério sempre procuravam ajudar a encontrar uma solução negociada. Muitos conflitos e greves foram evitados devido à mediação do Ministério”.
Geral – A precarização, ele afirma, é geral. “Vai desde a falta de registro em Carteira, calote nos pagamentos até negação de Equipamentos de Proteção, os chamados EPIs. Posto é um ambiente perigoso, pro frentista, o cliente e a vizinhança”, adverte Eusébio Luis Pinto Neto.
Recentemente, as redes sociais mostraram a explosão de um cilindro de GNV. Eusébio chama atenção para a extensão dos problemas nesse setor. E diz: “Não é só vazamento no cilindro do carro ou a sobrecarga de gás. O cilindro do posto às vezes também recebe uma carga além do recomendado. Se explodir é uma tragédia”.
Denúncia – Para Eusébio, o desmonte do Ministério estimula a precarização. O salário baixo, sem o qual o trabalhador passa necessidade, é outro problema. “O trabalhador aceita muitas vezes se submeter à precariedade porque seu salário tem caráter alimentar. Faltou salário, faltará comida”, observa.
Os maus patrões, ele ressalta, se aproveitam do desemprego, da falta de fiscalização do Ministério, da necessidade do trabalhador em pôr comida na mesa e mesmo do medo de ser demitido. Eusébio afirma: “Combater a precarização é tarefa dos Sindicatos e dever do trabalhador também. Os empresários precisam assumir a responsabilidade social”.
Eleições – A eventual mudança de governo no ano que vem ajudará os trabalhadores. Mas o governo não faz milagres. Para o presidente Eusébio, “é preciso que o sindicalismo se mobilize desde já, apontando os problemas, acumulando forças, porque mudança mesmo só virá com mobilização de baixo pra cima”.