A recomposição salarial seguiu em alta no fim do ano. O boletim 28 do Dieese – “De Olho nas negociações”- aponta que, das 48 negociações em dezembro, 81,2% conseguiram aumentos acima da inflação medida pelo INPC do IBGE.
Houve reajustes iguais ao INPC em 16,7%. Apenas 2,1% ficaram abaixo da inflação. Trata-se do melhor resultado pra uma data-base em 2022 e também quanto ao último trimestre de 2021.
O supervisor-técnico do Escritório Regional do Dieese em São Paulo, Victor Pagani, avalia: “A queda na taxa de desemprego, apontada pela Pnad, atrelada à desaceleração da inflação, contribuiu para o resultado positivo. É o melhor do ano”. Victor também aponta a queda significativa do INPC como fator importante. “Isso favoreceu os Sindicatos e Federações de trabalhadores nas mesas de negociações com o patronato”, afirma.
Setores – Comércio e indústria tiveram os melhores resultados nas negociações. No setor de serviços, onde as relações de trabalho tendem a ser mais precárias, os resultados foram inferiores. As Regiões Sul e Sudeste tiveram melhores resultados. Nelas, a industrialização está acima da média nacional.
Lula – Outro fator apontado pelo economista do Dieese é a derrota de Jair Bolsonaro. Ele comenta: “O novo cenário traz aos Sindicatos e trabalhadores a perspectiva de retomada da política de valorização do salário mínimo, assim como ganhos salariais em geral. Essa mudança de perspectiva impactou as negociações de dezembro”.
Categorias – As negociações por categoria, que resultam em convenções coletivas, registram resultados melhores (69%) do que as realizadas por empresa (57%), em acordos coletivos. “Isso mostra que a fragmentação da negociação não favorece o trabalhador. Já negociações mais abrangentes e fortes tendem a obter melhores resultados”, afirma o técnico do Dieese.
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