O retrocesso no país não parou após a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. Isso ocorre porque não estamos fazendo o dever de casa corretamente. A ala conservadora no Congresso Nacional avança com as suas pautas que defendem os interesses do capital. Após a derrubada dos vetos presidenciais que garantiam direitos para os mais vulneráveis, os parlamentares voltaram suas armas para a classe trabalhadora.
O Senador Rogério Marinho conseguiu aprovar, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um projeto de lei cujo objetivo é acabar com os recursos dos sindicatos. O pai da Reforma Trabalhista de 2017, que retirou direitos, precarizou a mão de obra no Brasil e aleijou o movimento sindical, com o corte no orçamento das entidades, agora avança para dar o tiro de misericórdia.
O ataque ocorre exatamente quando o país cresce economicamente, gerando mais empregos e aumentando o consumo das famílias brasileiras. O empoderamento da classe operária representa uma ameaça para os grupos econômicos que acumulam riquezas através da exploração da mais-valia dos trabalhadores.
O movimento sindical deve se preparar para enfrentar o desafio de frente. A única maneira de se fazer justiça é através da luta. Temos uma história e a Constituição Federal de 1988 nos garante esse direito. O sistema de representação sindical no Brasil é de unicidade, por categoria. Sendo assim, qualquer negociação que resulte em conquistas para os trabalhadores é válida tanto para sócios quanto não sócios. Sem distinção, todos são beneficiados.
A nossa arma é a coragem e o ideal. Somos organizados e capazes de criar uma resistência para contrabalancear forças com esse congresso retrógrado, reacionário e contrário aos interesses do povo.
Não há almoço grátis, é impossível manter uma estrutura sem recursos. O movimento sindical precisa de uma estrutura com pessoas e espaço físico para lutar de forma igualitária contra o capital.
A máscara da moral cai quando os congressistas fazem o toma lá dá cá, trocando votos por verbas parlamentares. Dinheiro que vai parar sei lá onde e nas mãos de quem? Além disso, não abrem mão fundo partidário que financia suas campanhas. Tudo dinheiro do povo.
Em um país com um mínimo de justiça, democracia e respeito, não há como negar o óbvio. O governo é progressista e trabalha para que todos tenham uma vida digna. Ao eleger um Congresso conservador que deseja extinguir os vulneráveis e desassistidos, plantamos erva daninha em terreno fértil.
A luta deve se diária, precisamos sair da inércia. Diante do que foi exposto, fazer justiça é permitir que os trabalhadores, através da assembleia da categoria, decidam o seu destino.
Eusébio Pinto Neto
Presidente da Federação Nacional dos Frentistas