O modelo neoliberal impôs transformações no mundo do trabalho e colocou sob jugo a classe operária. Com a transferência de investimentos do setor produtivo para financeirização e o avanço tecnológico, o mercado de trabalho tornou-se mais competitivo e individualista. Este projeto econômico prejudica a coletividade e enfraquece a sociedade de classes.
Na correlação de forças entre capital-trabalho, a corda sempre arrebenta no lado mais fraco, que, neste caso, é o trabalhador. O conflito se agravou ainda mais após a Reforma Trabalhista no Brasil, que retirou direitos dos trabalhadores e reduziu a ação do movimento sindical.
Os sindicatos são agentes de transformação social, uma vez que, sem um mercado de trabalho forte, não há crescimento econômico. Essas mudanças ocorrem por meio da negociação salarial, portanto, a participação do trabalhador nesse processo é extremamente importante.
Para aumentar o seu poder e a exploração da mão de obra, o capital lança ingredientes explosivos na força de trabalho, minando a credibilidade do movimento sindical. Muitos trabalhadores acreditam que os direitos assegurados na Convenção Coletiva são fruto da boa vontade do empregador. No entanto, as conquistas são resultados de um processo histórico de organização, luta e mobilização.
Não podemos destruir nem entregar o que nossos antecessores nos deixaram de herança, portanto, não aceitaremos a desconstrução do movimento sindical. O trabalho do dirigente sindical, hoje, não deve se limitar à conscientização dos trabalhadores representados. A informalidade fragilizou a relação de trabalho, portanto, precisamos reestruturar as nossas ações para atuarmos em todas as esferas do Estado.
Há anos, afirmo que “a liberdade de uma categoria passa pela conscientização do trabalhador”, reforçando a importância das ações junto às bases. Precisamos estar em movimento, conectados ao futuro e atentos ao presente. Somente alcançaremos a liberdade de fato quando rompermos com as correntes da exploração, e para isso, é preciso aumentar o número de sindicalizados para fortalecer a luta de classe.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Federação Nacional dos Frentistas e do Sinpospetro-RJ