A Agência Internacional para Pesquisa Sobre o Câncer (IARC), por meio da Manografia 180, reclassificou a gasolina automotiva como carcinogênica para seres humanos (Grupo 1). Dados foram divulgados em 21 de março. Antes classificada como possível carcinógeno para humanos (Grupo 2B), agora há evidências conclusivas de sua relação com a leucemia mieloide aguda e o câncer de bexiga em adultos. Foi identificada, ainda, forte evidência mecanicista de carcinogênese.
Eduardo Silva, secretário de saúde da Fenepospetro, alerta que, ainda que limitados (Grupo 2), há indícios de que a exposição à gasolina possa estar associada ao desenvolvimento de síndrome mielodisplásica, ilinfoma não Hodgkin, mieloma múltiplo, câncer de rim e estômago em adultos e leucemia linfocítica aguda em crianças.
Ele afirma: “A recente reclassificação da gasolina automotiva como substância carcinogênica para seres humanos pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer reforça a urgência de medidas eficazes para proteger a saúde dos trabalhadores em postos de combustíveis. A Fenepospetro, historicamente, tem desempenhado um papel ativo na defesa da saúde e segurança dos frentistas, especialmente no que tange à exposição ao benzeno, um componente nocivo presente na gasolina”.
A Federação tem se mobilizado para garantir que os postos de combustíveis adotem sistemas de recuperação de vapores nas bombas, visando reduzir a inalação de agentes tóxicos pelos trabalhadores. Essa medida está alinhada com as recomendações do Instituto de Câncer que, diante da nova classificação da gasolina, sugere a implementação de processos de trabalho mais modernos para minimizar riscos e danos à saúde dos trabalhadores mais expostos.
A atuação contínua da Fenepospetro e dos Sindicatos dos Frentistas do Brasil é essencial para assegurar que as medidas de proteção sejam efetivamente implementadas, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável, exigindo medidas rigorosas de controle da exposição a substâncias nocivas.
Eduardo ressalta: “É urgente que sejam reforçadas políticas públicas e normas de segurança ocupacional para minimizar os riscos à saúde dos frentistas e da população em geral. A divulgação dessa nova classificação deve servir como alerta para a necessidade de medidas mais rígidas de prevenção e fiscalização”.
A Fenepospetro e os Sindicatos do Brasil seguem firmes na luta pela saúde e segurança dos trabalhadores expostos a agentes químicos, reforçando o compromisso com a defesa da vida e do direito a um ambiente de trabalho seguro.
- Eduardo Silva, Secretário de Saúde.