A ambição do capital está muito além do que é possível imaginar. No Brasil, os adolescentes são usados como massa de manobra para desacreditar e desqualificar direitos trabalhistas, obtidos com muita resistência pelos movimentos sindical e social. As críticas à CLT nas redes sociais têm como objetivo principal tornar o trabalho ainda mais precarizado e escravizar a mão de obra. As leis trabalhistas garantem mais direitos, dignidade e segurança aos trabalhadores, sobretudo na fase da aposentadoria.
Em Genebra, na Suíça, está ocorrendo uma reunião com representantes de 187 países para discutir as mudanças no mundo do trabalho e a precarização da mão de obra. Como convidado da Força Sindical Nacional para participar das discussões da 113ª Conferência Internacional do Trabalho (OIT) e representando os trabalhadores do Brasil e de postos de combustíveis, tenho a responsabilidade de defender e colaborar para elaboração de um documento que fortaleça as relações de trabalho e dê proteção social aos mais vulneráveis.
É necessário reconstruir e reestruturar, através de leis, o mundo do trabalho para assegurar que o homem não seja subserviente à tecnologia. O tema central desta Conferência é discutir a regulamentação do trabalho em plataformas e a transição do trabalho informal para o formal.
Os trabalhadores estão sendo manipulados e condicionados a crer que a informalidade e o Microempreendedorismos os tornam mais independentes. Na verdade, eles se tornam escravos, já que trabalham mais, recebem menos e arcam com todos os custos do trabalho.
A perda de qualquer direito trabalhista favorece quem não é empregado. A taxa de desemprego permanece em níveis historicamente baixos, resultando em uma escassez de mão de obra em setores estratégicos da economia, como o comércio. No entanto, isso não diminui a ganância dos empresários que mantêm a exploração, oferecendo oportunidades de emprego com salários baixos.
O movimento sindical tem a responsabilidade de combater a exploração e educar, não apenas os empregados, mas também as futuras gerações, para evitar que se enredem em armadilhas planejadas pelo capital para aprisionar a força de trabalho e roubar a dignidade humana. Sem dignidade, não é possível vencer a tirania, a exploração da mão de obra e lutar contra as desigualdades sociais.
Eusébio Pinto Neto,
Presidente da Fenepospetro e do Sinpospetro-RJ