A negociação salarial dos sete mil trabalhadores de postos de combustíveis e de lojas de conveniência do Estado do Rio de Janeiro continua sem acordo. Sindicato tem enfrentado dificuldade no fechamento da negociação, devido a relutância dos patrões, que se eximem de pagar um reajuste justo aos trabalhadores. Nova reunião entre patrões e empregados foi agendada para próxima terça-feira, dia 9 de setembro.
A comissão de negociação do Sinpospetro-RJ, pela terceira vez, não aceitou a proposta apresentada pelo RJ Postos (Sindicato Patronal) de reajuste de 5,7% nos salários da categoria. Eusébio Pinto Neto, presidente do Sindicato e da Federação, declarou que não pode concordar com um reajuste de R$ 89,09 no piso da categoria, enquanto o Projeto de Lei Orçamentária do governo para o ano de 2026 estima um acréscimo de R$ 113,00 no salário mínimo. Ele ressalta: ‘’ O movimento sindical tem que se mobilizar para fazer com que esse aumento seja repassado para o trabalhador como aumento real’’.
No que se refere à Participação nos Lucros e Resultados, prevista na Convenção Coletiva de Trabalho como Abono, os empregadores propõem apenas um aumento de R$ 43,47. Fica evidente que não há participação nos lucros para os empregados, que fidelizam os clientes e impulsionam as vendas de combustíveis. Apenas a simpatia não é suficiente para comercializar produtos. É necessário um grande empenho profissional.
ALIMENTAÇÃO – Com o intuito de demonstrar seu comprometimento em avançar nas discussões, o sindicato patronal apresentou uma proposta alternativa referente ao vale-alimentação. O valor atual de R$ 306,56 seria reajustado em 6,5%. O percentual corresponde a um aumento de R$ 19,93 no benefício.
Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta básica no Rio de Janeiro em julho atingiu R$ 823,59. A correção sugerida para o vale-alimentação, além de não atender às nossas necessidades, está abaixo do poder de compra.
MOBILIZAÇÃO – O que está em pauta é a dignidade da categoria. O trabalhador de posto de combustíveis não é valorizado. Para resistir às pressões e lutar por melhores salários, os frentistas da Baixada Fluminense, da Costa Verde e do Sul do Estado devem estar mobilizados.
Em meio ao momento econômico de pleno emprego e de valorização dos salários de várias categorias, a proposta apresentada pelos empregadores parece uma pegadinha. Depois de três meses, o aumento se tornará irrisório. Isso nos conduz a supor que, ao invés de sugerir reajuste, os empregadores atuam com o intuito de reduzir os salários.
*Com informações da jornalista Estefania de Castro (MTb 21.605).