Senhoras e senhores trabalhadores brasileiros,
Estamos vivendo um momento de grande incerteza no cenário político de nosso país. A maioria das pessoas está canalizando a sua indignação através do voto sem medir as prováveis consequências desse gesto.
A liberdade é o bem mais sublime que possuímos e ainda não conhecemos outro meio mais eficaz de preservar esse bem que não seja a democracia.
Só que para que a democracia seja preservada é necessário cultivá-la no dia a dia.
Hoje as vaidades, o extremismo e o egoísmo aliado à falta de consciência política, colocou esse regime em perigo e as consequências disso podem ser desastrosas para todos nós.
O projeto de nação deixou de ser um norteador para os eleitores e sim, o ódio e o radicalismo. A história nos ensinou onde isso vai dar. Mesmo bombardeado por propostas de retiradas de direitos, racismo, homofobia e desrespeito às minorias, o povo parece não se importar. Prefere pagar para ver.
O grande desafio é o arrebento da corda, onde vai parar todos nós. Digo nós trabalhadores porque sabemos bem de que lado ela arrebenta.
E sem a democracia, os espaços de discussão, negociação e manifestação da sociedade civil organizada para fazer frente às suas reivindicações correm sérios riscos de acabar.
O movimento sindical já foi duramente atingido pela nova legislação trabalhista e o mundo do trabalho ficou bem mais vulnerável às investidas do capital. A nós, resta a resistência e a resignação.
Um presidente da República com um projeto de extrema direita poderá ser a pá de cal. Sem direitos e sem espaço democrático nos restará a subserviência ou a luta na clandestinidade. Quem estará disposto a resistir?
Será que a Nação Brasileira ainda não aprendeu a lição e ainda precisa percorrer o caminho de mais um longo calvário para atingir a maturidade político democrática? Não pretendo aqui indicar caminhos, mas convido a todos a observarem as declarações e propostas em pauta nos noticiários. Reflita com sabedoria. São tantos caminhos e tantas portas, mas somente uma tem coração.
Este é um momento de sermos não somente grandes, mas imensos em nossas escolhas.
Eusébio Pinto Neto – Presidente da FENEPOSPETRO e do SINPOSPETRO-RJ