O IBGE divulgou nesta quarta (11) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de abril, que apresentou alta de 1,04%. No acumulado dos últimos 12 meses, atinge 12,47%. É o maior índice desde novembro de 2003, quando o INPC dos 12 meses anteriores chegou a 12,76%.
A variação de 1,04% no último mês foi também a mais alta para abril desde 2003, quando chegou a 1,38%. Em abril de 2021, a taxa foi de 0,38%. “O motivo principal da inflação elevada é a falta de política federal com relação aos preços administrados, que tem contaminado os demais preços da economia”, esclarece Rodolfo Viana, economista do Dieese.
O grupo que mais contribuiu para a elevação foi o de Alimentação e Bebidas, com alta de 2,26%. Na sequência Saúde e Cuidados Pessoais (1,94%) e Transportes (1,56%).
Região – O INPC subiu em todas as áreas pesquisadas. A maior variação ficou com a região metropolitana do Rio de Janeiro (1,45%), influenciada pelas altas de 13,57% no leite longa vida e de 6,25% nos produtos farmacêuticos.
Projeção – Segundo Rodolfo Viana, a estimativa é que a inflação siga em alta nos próximos meses. “Em maio já tivemos aumento no diesel e em breve deveremos ter na gasolina. Isso vai impactar no grupo Transporte e vaza também para os demais preços, já que o custo é repassado ao consumidor”, explica.
O economista do Dieese completa: “O remédio que o governo tem adotado pra isso, que é a alta dos juros básicos da economia (Selic), só vai fazer com que o PIB fique ainda mais fraco, o desemprego siga persistentemente acima de dois dígitos e, na esfera financeira, tenhamos ainda mais transferência de recursos públicos para a mão de rentistas”.
Índice – O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979. Se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe a pessoa assalariada. Abrange as regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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