Quis o destino que, num único dia, 9 de novembro, morressem Gal Costa e Rolando Boldrin.
Ela, cantora extraordinária, artista audaciosa, ao mesmo tempo doce e bárbara.
Ele, um verdadeiro memorial da cultura rural e da música caipira e regional.
Gal Costa, baiana. Rolando, paulista do Interior. Ambos muito dignos, profissionais exemplares, amantes da cultura brasileira.
Os artistas formam um grande patrimônio das Nações. Quando os perdemos, todos ficamos mais carentes, isolados e mais pobres.
Quando a barra pesou na ditadura, fazendo Gil e Caetano tomar o caminho do exílio, Gal Costa ficou aqui, empunhando a bandeira do Tropicalismo.
Quando o sertanojo tomou de assalto a música do povão, Rolando Boldrin manteve as raízes, contou seus causos, valorizou os artistas populares.
Sejamos gratos a essa baiana fabulosa e a esse caipira da gema. Obrigado, Gal. Obrigado, Rolando. Vocês honraram a arte brasileira e eternizaram os valores sagrados da nossa cultura.