A pessoa acorda cedo, toma um café ralo e sai correndo pro trabalho. Seu foco está no serviço, ou seja, chegar na hora e dar conta das tarefas do dia. E ela, por causa disso, mal presta atenção em problemas graves, como os juros altos, por exemplo.
O economista do Dieese e professor Rodolfo Viana explica que as taxas altas de juros – nos empréstimos, financiamentos ou cartão de crédito – impactam a vida do povo, sim. “Uma geladeira, dependendo da quantidade de prestações, sai pelo preço final de três”, ele diz.
Os juros afetam a pessoa que pega dinheiro emprestado. Mas atingem também o setor produtivo, porque inflacionam o custo de máquinas, equipamentos e insumos em geral. “No final das contas, o industrial embute esse custo no seu produto”, observa o professor.
Segunda, dia 20, teve reunião no BNDEs. Ao sair de lá, o industrial Josué Gomes (dono da Coteminas), atual presidente da Fiesp, disse: “As taxas de juros praticadas no Brasil são pornográficas”. Ele também lamentou que o juro alto atrasa a reindustrialização. O economista Rodolfo Viana explica por quê: “O investidor, em vez de aplicar seu dinheiro no setor produtivo, prefere deixar no banco, em aplicações que superam a própria taxa Selic, de 13,75%”.
Lula – Justiça seja feita. O presidente da República tem clamado pela baixa dos juros. Mas o Banco Central se tornou autônomo graças ao governo Bolsonaro, e seu presidente nomeado, Campos Neto, passa por cima do próprio Lula – e a lei protege o presidente do BC, veja só.
Protesto – Dia 21, o sindicalismo organizou protestos em diversos pontos, cobrando a redução dos juros. Não adiantou: o Banco Central e o cartel dos bancos mantiveram a Selic em 13,75%.
“A luta continua. Não vamos desistir, porque com juro alto não haverá desenvolvimento e mais empregos”, critica nosso presidente Eusébio Luis Pinto Neto. Ele completa: “Importante o trabalhador compreender a importância as lutas que não são trabalhistas, mas têm relação direta com nossa qualidade de vida”.
MAIS – Sites do Dieese, Diap, Agência Sindical e Congresso em Foco.