A decisão do governo Lula de acabar com a Política de Paridade de Preço Internacional (PPI) na Petrobras gerou um burburinho no mercado. Os acionistas da empresa podem espernear, pagar à grande mídia para fazer pressão, mas o povo vai voltar a sorrir, ter mais comida na mesa e emprego.
O Brasil é autossuficiente — cerca de 80% do petróleo utilizado nas refinarias do país são extraídos no território nacional —, mas não dispõe de tecnologia para refinar o produto.
Em 2016, o governo Temer atrelou o preço dos combustíveis à variação do dólar e ao valor do barril no mercado internacional, sem considerar os custos nacionais de produção. A política de repasse constante do preço internacional do petróleo prejudicou a população e beneficiou os acionistas da Petrobras, que lucraram muito nos últimos anos.
Com a nova política de preços, a Petrobras vai aplicar os impactos eventuais de variações cambiais e do valor do barril apenas nos produtos importados. Lula marcou um gol ao “abrasileirar” os preços dos combustíveis. O petróleo é um componente relevante da inflação e a alta dos combustíveis afeta toda cadeia produtiva. O Brasil tem uma das maiores concentrações rodoviárias de transporte de cargas e passageiros do mundo. A malha rodoviária é responsável pelo escoamento de 75% da produção do país.
A redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha impacta diretamente na renda de quem mais precisa, nos custos dos alimentos e no orçamento dos programas sociais. O governo aposta na queda da inflação e, consequentemente, na redução da taxa de juros.
Em campo para vencer a batalha contra a fome e as desigualdades, Lula vai com tudo para o segundo tempo. Nesta semana, o governo deve anunciar um pacote de medidas para incentivar a indústria automobilística, que tem um expressivo peso na economia e no desenvolvimento do país. A indústria automobilística é importante por sua ligação com diversos setores industriais, como setores os de aços e derivados, materiais eletrônicos e de artigos de borracha e plástico.
As medidas adotadas pelo governo beneficiarão diretamente a categoria dos frentistas. Com a queda dos preços dos combustíveis e mais carros circulando nas ruas, os trabalhadores de postos de combustíveis desempenharão um papel importante na reconstrução da economia do país, assim como terão seus empregos assegurados.
Vivemos um novo tempo. Lula resgata as suas origens ao valorizar o trabalhador brasileiro e afastar os abutres que se alimentam da miséria alheia. Estamos na luta por mais emprego, consumo e um salário digno. É o fim da paridade por mais igualdade social.
Eusébio Pinto Neto, presidente da Fenepospetro e do Sinpospetro-RJ