Posto de combustível é local de periculosidade real. E esse perigo cresce por vários motivos. Um deles é por causa da possível adulteração de combustível. Uma das adulterações mais perigosas acontece com o uso do metanol.
Metanol é altamente tóxico. Se cai na pele, a pessoa não percebe. Se derrama, porque não ter cheiro, a pessoa não se dá conta. Mesmo quando inflama, o fogo não é visível.
Quem mais sofre com isso é o trabalhador. O usuário também é prejudicado pelo metanol. E o próprio empresário que trabalha direito – com combustível limpo – sofre concorrência desleal por parte dos empresários desonestos.
Diante desse quadro, a Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO) partiu pro enfrentamento do problema. E nosso principal aliado nessa luta é a ANP – Agência Nacional de Petróleo.
Nosso presidente, Eusébio Luis Neto, explica: “Sempre tivemos boas relações com a ANP. A mudança de um governo extremista pra outro democrático abriu perspectivas. Procurei a ANP no Rio de Janeiro, tratei com o engenheiro Francisco, coordenador de Fiscalização, e começamos a organizar uma ação em defesa da saúde dos trabalhadores e dos usuários”.
Encontros – Já houve dois encontros e um terceiro está agendado pro dia 25 de setembro. A primeira tratativa foi direta entre o presidente Eusébio e o engenheiro Francisco. Da segunda, participaram também representantes empresariais, Luiz Arraes, presidente da FEPOSPETRO SP, um representante patronal de Campinas e as três entidades da categoria no Estado do Rio.
Ofício – Esse problema da perigosa mistura do metanol vem se agravando há tempos. Com a eleição de Lula, passamos a ter um governo preocupado com os trabalhadores e a segurança dos usuários de postos. O olhar do Estado também mudou no que diz respeito a práticas empresariais desonestas.
Por isso, a FENEPOSPETRO enviou ofício à Agência Nacional do Petróleo pedindo mais fiscalização, principalmente quanto aos postos localizados no eixo Rio-São Paulo.
Eusébio é taxativo: “Metanol é veneno, é cancerígeno, é letal. É um catalisador mais barato, tem venda controlada, mas os empresários desonestos acabam achando um jeito de fazer o produto chegar aos postos”. Não se dimensiona os estragos que o veneno já provocou.
Solução – O presidente Eusébio conta que as conversas renderam a criação de um Grupo de Trabalho Tripartite, para as providências. Uma delas é aperfeiçoar o teste atual. Atualmente, o teste feito não detecta a presença do metanol.
Nosso presidente critica a ganância. “Esse tipo de dono de posto, além de pouco se lixar com a saúde dos trabalhadores e dos clientes, também não liga pros danos nos veículos”.
Esse trambique, ele diz, nem sempre tem a ver com o crime organizado, mas sim com a falta de escrúpulos do mal empresário, em busca do lucro fácil, por meio da concorrência desleal. “E irresponsável”, completa.
Treinamento – Uma das providências da ANP será aperfeiçoar o teste capaz de detectar a fraude no combustível. Outra medida será um treinamento mais adequado dos trabalhadores em postos.
Esse conjunto de providências não resolverá por completo o problema, mas será um avanço na defesa da saúde e da vida dos frentistas. As tratativas também poderão evoluir para a melhoria na legislação e das Normas (NRs) de segurança.
Segundo Eusébio, a ANP já desenvolveu um reagente que detecta com mais facilidade o Metanol e a fraude lesiva aos trabalhadores, à saúde pública e ao mercado.
Credibilidade – Uma das garantias para o avanço nessa luta é a excelência técnica da ANP. Outra é a sua credibilidade. Eusébio conclui: “Vamos atuar com firmeza pra derrotar as fraudes e desarmar essas bombas, porque o Metanol transforma todo posto numa bomba potencial, colocando em risco quarteirões inteiros”.
MAIS – Acesse o site da ANP (Agência Nacional do Petróleo).