Companheiros, mesmo com todo o nosso esforço, ontem, peregrinando de gabinete em gabinete dos senadores da base do governo na tentativa de convencê-los a votar contra a reforma trabalhista, o relatório desta reforma miserável foi aprovado na comissão de Constituição e Justiça do Senado, depois de mais de 13 horas de intenso combate da oposição.
Infelizmente, a força do dinheiro e dos acordos ao pé do ouvido falaram mais alto, e a maioria muda dos senadores aprovou por 16 a 9 o relatório do líder do governo.
Um triste e patético espetáculo na seção da CCJ, onde só a oposição discursou diante de uma maioria governista muda e que fazia cara de paisagem.
Apenas quatro senadores tiveram a coragem de manifestar ao microfone o apoio a proposta do governo, enquanto seus colegas da maioria silenciosa, preferiram se manifestar apenas na hora do voto, confirmando a afirmação do senador Renan Calheiros de que alguns senadores se prestam ao papel de simples marionetes, o que é profundamente vergonhoso e lamentável.
Saio mais uma vez de Brasília profundamente decepcionado com os senadores e deputados e convencido de que a única forma de barrarmos essas reformas criminosas é com a classe operária e demais setores da sociedade unidos nas ruas exigindo o fim das reformas trabalhista e previdenciária e eleições diretas já.
Convencido disto, estou agora em São Paulo na nossa federação dos frentistas finalizando os preparativos para a grande manifestação de amanhã, quando iremos lotar as ruas de todo o Brasil e prontos para a guerra, na defesa dos nossos direitos históricos.
Portanto, mais do que nunca nós trabalhadores precisamos mostrar a este governo covarde e execrado pela sociedade toda a nossa indignação e revolta contra essa investida desonesta dos donos do capital, que tentam arruinar a vida dos trabalhadores e o que é mais grave, a vida dos nossos filhos e netos.
Mas não conseguirão, porque não iremos permitir que tamanha barbaridade se confirme. Temos que ir para as ruas lutar e reagir, porque a batalha é dura, mas a vitória será nossa.
Eusébio Pinto Neto – Presidente da FENEPOSPETRO e do SINPOSPETRO-RJ