Necessidade de unificar a luta levou à criação da Federação Nacional
As dificuldades encontradas pelos sindicatos dos frentistas brasileiros nos embates contra o capital, por conquistas econômicas e sociais de interesses da categoria, levaram grupo de dirigentes sindicais a debater a unificação nacional da luta.
Dos debates surgiu a ideia de criação de uma entidade suficientemente forte capaz de negociar em pé de igualdade com os empresários do setor, tendo em vista a necessidade de se obter bons acordos coletivos para os frentistas brasileiros.
São mais de 500 mil profissionais
Assim, nasceu a Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro), que negocia em nome de mais de 60 sindicatos no Brasil.
Criada na cidade de São Paulo, em 21 de novembro de 1992, a Fenepospetro hoje negocia maiores salários, melhores condições de trabalho e benefícios sociais para mais de 500 mil profissionais do setor ( DIEESE, 2013)
Mas, para obter o registro e o reconhecimento da nova entidade, os dirigentes tiveram que lutar contra a pressão patronal e contra interesses escusos de sindicalistas de alguns estados, entre os quais os do Rio de Janeiro, que tentaram impedir a criação da entidade.
Sentença definitiva
O caso foi parar na Justiça e, em 16 de fevereiro de 2005, o Supremo Tribunal Federal (STF), por unanimidade, proferiu sentença definitiva favorável à criação da Fenepospetro.
A experiência da luta de classes sempre mostrou que a luta individual — cada sindicato lutando e negociando por si só — nunca teve força suficiente para superar as dificuldades advindas do processo de organização e mobilização dos trabalhadores.
Tantos os dirigentes como os frentistas brasileiros sempre entenderam este processo.
Elemento aglutinador
Faltava o elemento aglutinador, que promovesse a união e unificasse as reivindicações dos frentistas de cada estado. Por causa destas necessidades objetivas, um grupo de sindicalistas, liderados por Antonio Porcino Sobrinho, fundou a Fenepospetro.
O resultado é que hoje a luta dos frentistas brasileiros ganhou qualidade. Os embates entre capital e trabalho se dá em outro nível, pois a categoria está mais forte.
Melhoramos a qualidade das campanhas salariais e aumentamos o poder de pressão sobre os empresários, de forma que o resultado são melhores acordos e convenções coletivas.
Unificar as conquistas
Outra tarefa do movimento é garantir o mesmo piso salarial para todos os frentistas do país, da mesma forma que as conquistas sociais, incluídas nas convenções coletivas, têm de ser estendidas para toda a categoria.
São lutas difíceis que estão sendo conduzidas pela diretoria da Fenepospetro. Primeiro, dirigindo as campanhas salariais e fechando acordos por estados, sem abrir mão de direitos trabalhistas.
Em segundo, negociando com os patrões o início de um processo de unificação nacional do piso salarial e dos benefícios sociais e econômicos para os frentistas.